Você leitor já ouviu dizer sobre a
maior diferença entre as galinhas e as águias. Não? Esclareço.
Refiro-me ao modo de condução de cada
animal na busca da sobrevivência, especialmente do alimento.
A águia é animal imponente que sempre
alça voos altos e mantém a cabeça erguida de sorte a sempre enxergar longe,
muito além daquilo que está próximo.
A galinha, de seu lado, anda sempre
com a cabeça baixa, vendo e buscando apenas aquilo que está logo debaixo de seu
bico. É incapaz de ver além.
Pois bem, a recentíssima aprovação da
redistribuição dos royalties do petróleo na Câmara dos Deputados nos mostra,
sem máscaras, quem é águia e quem é galinha.
Antes, entretanto,é necessário
contextualizar o leitor dizendo, que a medida altera sobremaneira o pagamento
de royalties pela extração de petróleo, retirando valores dos Estados
produtores e realocando-os nos demais Estados da Federação. Busca-se, ainda que
em tese, uma maior justiça. Em síntese, é isso.
E, claro, o fato vem criando uma
enorme polêmica entre os governantes que ora perdem receita e os que,
doravante, poderão gozar de uma arrecadação mais generosa. No meio, o Governo
Federal, a quem cabe o poder de veto. O governador do Rio de Janeiro, por
exemplo, disse que, caso a medida prospere, ficam inviáveis a realização da
Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Nada obstante, demais do evidente
motivo da celeuma, é necessário arguir para que tanto barulho.
Guerreiam os governantes na busca de
recursos destinados a investimento ou ao pagamento de despesas correntes,
hodiernas, tais como juros das dívidas contraídas em função da incapacidade de
gestão?
Senhoras e senhores, o petróleo é
fonte de energia (e riqueza) não renovável. Seria um verdadeiro crime praticado
contra as gerações futuras fazer tabula rasa dos recursos provenientes da
extração de tamanha fortuna mineral descoberta em nossos mares.
Entretanto, o que se vê é uma
discussão rasa e fraca na busca apenas do financiamento da máquina.
É imperativo que, seja quem for o
gestor dos royalties, o uso do dinheiro esteja plenamente vinculado ao
financiamento da educação, à realização de investimentos em infraestrutura,
enfim em benefício público.
Países do oriente, reconhecidos pela
produção de petróleo, planejam, desde muito, a vida sem a fonte petrolífera,
que, certamente, secará. Alguns já gozam da oportunidade de viver
exclusivamente do turismo, tamanha sua capacidade de ordenação.
Mas, como disse, não é isso que se
desenha por aqui. A disputa é mesquinha.
Os Governadores, pelo menos por ora,
demonstram que agem como galinhas e repelem o olhar da águia, tão importante ao
mister que lhes incumbe.
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